18 de outubro de 2010

Não existo...

Já viveu seu pior pesadelo?
Já sentiu-se como se as paredes fossem se fechar ao seu redor?
Já quis estar na china só pra não ouvir as mesmas coisas diariamente?
Já se sentiu inútil não importa o quanto você se esforce?

Pois então você me entende...

É exatamente assim que eu me sinto todos os dias.
Como se não importasse o quanto eu me esforço: nada nunca está bom.
Sempre tem um defeito naquilo que eu faço, um motivo pra reclamar, um erro, uma porcaria... Como se eu fosse obrigada a ser perfeita o tempo todo... Full time... 24/7.

Deus! O que eu não dava por alguém que explicasse que eu não posso ser perfeita simplesmente por que EU SOU HUMANA!
Por alguém que o fizesse entender que eu só preciso de silêncio! Por que de aprovação eu já desisti faz anos...

Faz anos que eu entendi que nunca vou ser nada do que ele espera de mim!
Faz anos que eu compreendi que nunca vou ser a pessoa que ele queria que eu fosse!
ANOS!
Doeu compreender isso, mas eu entendi. Custa ao menos não ficar me lembrando disso todos os dias?!

Ainda doi!
Ainda é difícil estar fazendo tudo o que eu procuro fazer, procurando detalhes, cuidando de quase tudo e ainda assim ouvindo cada ínfimo erro, cada ínfimo detalhe, cada ínfima situaçãozinha ridícula e pequena que eu tento deixar do meu jeito, só um pouquinho.
Só pra eu ter a sensação que posso ter alguma recompensa pelo que eu faço.

Sabe, não precisa me agradecer.
Sabe, não precisa nem dizer que viu...
Não precisa reagir... Não precisa dizer que eu to ajudando... Não precisa nem dizer nada...

Eu só queria ficar em paz!
Só queria que, já que eu vou ser obrigada a fazer tudo, eu pudesse pelo menos fazer as coisas do meu jeito. Só faze-las do meu jeito... Do jeito que eu acho mais simples...

Por que eu já estou me esforçando... E ainda tenho que fazer do jeito mais difícil?
Por que?

Sabe, eu não peço mais nada. Eu não quero mais nada.
Não quero carinho, não quero atenção...
Não quero mimos, não quero orgulho.
Eu aprendi a dar carinho a mim mesma, aprendi a dar atenção às minhas próprias necessidades.
Aprendi a comprar meus próprios mimos do meu suor e a ter orgulho de mim mesma quando eu achava que estava bom, mesmo que ninguém... Mesmo que ele nunca achasse bom...

Eu aprendi a me esforçar em conviver sem cobrar mais nada... Por mais que eu ainda me decepcione, me entristeça, me magoe. Eu aprendi a calar até mesmo as minhas dores...

Custa? Custa só um pouquinho de paz?
Custa só me deixar fazer as coisas que eu não reclamo mais de fazer, do meu jeito?
Não dói. Eu não interfiro quando é ele que está fazendo do jeito dele... por que eu tenho que fazer do jeito dele também?

Eu só quero ser eu mesma... só quero ter minha vida. Só isso! Não estou pedido mais nada!
Não quero mais ver desenhos animados na hora do jornal... Não quero mais nem ver televisão, por que assim não atrapalho ninguém...
Eu não quero mais ouvir música alta. Eu não quero mais deixar a casa suja...
Eu não quero mais ficar parada. Eu quero trabalhar!

Eu aprendi aos poucos a tolir as coisas que eu gostava que o machucavam...

O que doi me dar só um pouco de silêncio em troca?


Mas não adianta. Isso é só um desabafo.
Eu sei que nunca vai mudar.
Eu sei que nunca vou ser boa o bastante.
E eu também sei que infelizmente vou ter que aprender a ser seu espelho... Por que infelizmente ele só é feliz quando eu não existo.